“E agora que vocês viram no que a coisa deu, jamais esqueçam como foi que tudo começou” (Bertolt Brecht)

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Independência dos USA/Complemento

O SIGNIFICADO DA REVOLUÇÃO AMERICANA PARA OS ESCRAVOS

 A Constituição dos USA, de 1787 se inicia da seguinte maneira: "Nós, o povo dos Estados Unidos, visando a formar uma União perfeita, estabelecer a justiça, assegurar a tranquilidade interna, prover a defesa comum, promover o bem estar geral e garantir para nós e para nossos descendentes os benefícios da liberdade, promulgamos e estabelecemos a Constituição para os Estados Unidos da América."
Entretanto, os princípios de liberdade política e de justiça não foram aplicados aos escravos.

“No dia 5 de julho de 1852, portanto 8 anos antes da guerra do Norte contra as colônias escravistas do Sul, um ex-escravo e abolicionista, Frederick Douglas, fez um discurso em Rochester, falando sobre o significado da independência dos Estados Unidos para o negro norte-americano. Alguns trechos deste pronunciamento:
‘Companheiros e cidadãos! Por que fui convidado para falar hoje a vocês? O que os negros dos Estados Unidos têm a ver com a independência dos Estados Unidos? Será que os grandes princípios da liberdade política e da justiça natural, presentes na Declaração da Independência, aplicam-se também a nós? (... )

Não me incluo entre aqueles que participam desse glorioso aniversário! A grande independência que vocês comemoram revela somente a imensa distância que nos separa. A rica herança de justiça, liberdade, prosperidade e independência, transmitida por seus pais, pertence somente a vocês, e não a mim. Da mesma forma, o dia que para vocês representa a luz e a esperança, significa para os negros os grilhões e a morte. Este 4 de julho é de vocês, não meu. Vocês podem, se quiserem, ficar alegres; quanto a mim, só resta o lamento. Trazer um homem acorrentado para o interior do templo iluminado da liberdade e convidá-lo para compartilhar de uma alegria que não lhe é comum, seria somente zombar deste homem de maneira desumana.

Meu assunto, portanto, é a escravidão- nos Estados Unidos. Assim, falarei deste 4 de julho, e de suas características populares, sob o ponto de vista do escravo. E afinal, o que esse dia representa para o escravo americano? Mais do que todos os outros dias do ano, o 4 de julho significa a injustiça, e a crueldade de que o escravo tem sido a vítima constante. Para ele, o que vocês comemoram não passa de uma fraude; a liberdade de que se vangloriam, uma profanação da própria liberdade; sua grandeza nacional, pura vaidade; suas comemorações, vazias e desprovidas de sentimento; suas denúncias de tiranos, simples descaramento; sua defesa da liberdade e igualdade, mera zombaria; suas orações e hinos, seus ofícios religiosos e solenidades são, para o escravo, engodos, decepções, impiedade e hipocrisia – um fino véu para dissimular crimes que cobririam de vergonha uma nação como esta, tão culpada de práticas chocantes e sangrentas.’”
(DOUGLAS, Frederick. Jornal Movimento. São Paulo, 5/7/76. )

 O Patriota

Benjamin Martin (Mel Gibson) é um herói do violento conflito entre Estados Unidos da América e Os Índios das fronteiras. Desde o término da guerra, ele renunciou a luta e resolveu viver em paz com sua família. Mas quando os ingleses levam a guerra da independência americana para dentro de sua casa, Benjamin não vê outra saída a não ser pegar nas armas novamente, desta vez acompanhado por seu filho idealista (Heath Ledger), e liderar uma brava rebelião em uma batalha contra o implacável e equipado exército britânico. Neste processo, ele descobre que o único meio de proteger sua família é lutando pela liberdade da jovem nação.
O filme se desenrola no período da guerra de independência, iniciada pelas treze colônias estadunidenses insatisfeitas com as imposições econômicas da metrópole inglesa. Tal insatisfação partia da burguesia colonial que se via pressionada após a Guerra dos Sete Anos. Dessa forma, era verossímil que um fazendeiro como Benjamim Martin se recusasse, a princípio, a participar de uma guerra que não lhe atingia diretamente. Assim como nessa questão, o filme é repleto de detalhes históricos envoltos por uma história fictícia, feita para dar corpo a fatos importantes da história estadunidense. Ao fim dessa guerra vitoriosa, os Estados Unidos se tornaram a primeira nação das Américas a ser independente política e economicamente e a terem uma constituição própria.
Direção: Roland Emmerich
Duração: 164 minutos
Ano: 2000
Áudio: Português

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