“E agora que vocês viram no que a coisa deu, jamais esqueçam como foi que tudo começou” (Bertolt Brecht)

terça-feira, 26 de março de 2013

Onde estão os filhos da ‘subversão’?

O roubo de bebês durante os governos autoritários é um drama para famílias espanholas e argentinas até hoje.
     Aos 13 anos, Antônio Barroso enfrenta a crueldade dos colegas de escola que lhe revelam – e insistem – que ele não é filho biológico de seus pais, mas adotado. Confuso, interpela a mãe, que nega tudo. Não conformado, aos 18 anos, solicita cópia de sua certidão de nascimento, onde confirma ser filho biológico de seus pais. Ainda assim, pergunta ao funcionário que o atende se é possível que ele de fato não seja filho de seus pais, apesar de constar como tal no documento oficial. O funcionário o tranquiliza, diz que essas dúvidas são tolices de criança. Antônio esquece o assunto.
     Vinte anos depois, toca o telefone, ele atende e é um amigo de infância, cujos pais eram amigos dos seus: “Antônio, estou aqui no hospital com meu pai, que está muito doente e está para morrer e acaba de confessar que nos compraram em Saragoça, de um padre e uma freira”.
     Antônio Barroso é espanhol, sequestrado ao nascer e vendido para um casal no ano de 1969. Seu depoimento ilustra o drama de centenas de crianças que, logo após nascerem, foram tomadas de seus pais biológicos para serem vendidas ou doadas a outras famílias. Esta prática criminosa de roubo de bebês foi muito utilizada pelas ditaduras de dois países, ainda que em momentos distintos: na Espanha de Francisco Franco (1939-1975) e na Argentina durante a última ditadura civil-militar (1976-1983). Ambos os governos foram marcados por profundo sentimento anticomunista, reforçado por estreitas ligações com a Igreja Católica e civis alinhados aos ideais militares.
     Os pais que tiveram seus filhos tomados eram considerados subversivos por seus governos. A declaração do antigo chefe de Polícia da Província de Buenos Aires, Ramón Camps dada a um jornal espanhol em 1984, expressa o argumento utilizado pelos sequestradores, que consideravam estas crianças "sementes do mal", futuros opositores à ordem imposta: “Pessoalmente, eu não eliminei nenhuma criança. O que eu fiz foi dar algumas a organizações benéficas para que encontrassem novos pais. Os subversivos educam seus filhos na subversão. Por isso, deveriam ser impedidos”.  
     Muito recentemente foi descoberto que durante o governo de Francisco Franco na Espanha se praticava o roubo de bebês de mães rojas, denominação dada às militantes comunistas. Suas crianças eram vendidas a outras famílias sem filhos. Atualmente estima-se que cerca de 200.000 crianças passaram pelo processo de adoção ilegal na Espanha, numa trama que envolveu enfermeiras, médicos e, sobretudo, membros da Igreja Católica, como freiras e padres. Estes últimos eram responsáveis por comunicar aos pais que seus filhos recém-nascidos haviam falecido e tiveram que ser enterrados às pressas. Para dar mais veracidade à narrativa, em certos casos, uma mesma fotografia de um bebê morto era mostrada a várias famílias, em um mesmo hospital.
     Caso exemplar é o de María Gómez Valbuena, hoje com 87 anos. De acordo com relatos, ela era conhecida como “a freira que dava crianças”. Não raras vezes, Valbuena, mesmo após a adoção, ainda mantinha contato com a criança, fazendo, inclusive, acompanhamento do rendimento escolar. Por anos, ela trabalhou como assistente social em uma clínica, Santa Cristina, em Madri, de onde, não por coincidência, saíram outras inúmeras denúncias de roubo de bebês.
     O drama dos bebês sequestrados veio à tona com mais força a partir da iniciativa de Antônio Barroso que, em 2010, criou a Associação Nacional de Afetados por Adoções Irregulares (Anadir), entidade registrada no Ministério do Interior do governo espanhol. Barroso ainda não encontrou sua verdadeira mãe. Ele continua sua busca, com a ciência da mãe adotiva. Crê que seus pais adotivos foram enganados pelo médico, pois compraram uma criança que não sabiam que havia sido roubada: “O médico disse que eu era filho de um analfabeto com uma prostituta ou que os meus pais haviam morrido”.  Até o momento, há 450 casos documentados por esta Associação, que busca a reparação da verdade, da dignidade e da Justiça para as pessoas que foram ilegalmente adotadas e também para seus familiares. São feitas as devidas investigações para a identificação e localização destas pessoas. A Anadir busca divulgar seus trabalhos para sensibilizar a sociedade civil e, assim, obter mais apoio. A entidade também presta auxílio jurídico e psicológico às vítimas e conta com doações para subsidiar custos dos processos dos afetados.
     A expectativa é de que em 2013, o governo crie um censo para traçar o perfil dos atingidos por esta prática. Um cruzamento de dados de pais, filhos e irmãos será necessário para promover os encontros.     
     No caso da Argentina, de acordo com os organismos de direitos humanos daquele país, as Forças Armadas sumiram com 30.000 pessoas durante a mais recente ditadura civil-militar no país (1976-1983). A estratégia repressiva dos militares girava em torno do sequestro seguido de desaparecimento. Para tanto, planejaram um circuito repressivo clandestino, cujo núcleo central se apoiava principalmente nos centros de detenção, no interior de dependências militares ou policiais, onde os sequestrados eram torturados, assassinados ou desaparecidos. O desaparecimento permitia a negação do crime cometido, pois eliminava a sua principal prova material: o corpo da vítima.
     Dentre as vítimas dos sequestros, estavam as crianças. Algumas delas foram sequestradas em procedimentos realizados contra seus pais e, posteriormente, podiam ou não ser devolvidas aos seus familiares. Outras nasceram em cativeiro, pois suas mães foram sequestradas grávidas. Em alguns centros de detenção, como a Escuela de Mecánica de la Armada (Esma) e o Campo de Maio, funcionaram maternidades clandestinas para essas mulheres, nas quais os nascimentos ocorriam sob fortes maus tratos. No circuito de adoção ilegal e clandestino, participaram funcionários de cartórios e hospitais, como médicos obstetras, que facilitaram a falsificação de documentos para registro e os dados que dificultassem a identificar os bebês.
     Após o sequestro e desaparecimento de seus filhos, algumas mulheres passaram a circular por delegacias, tribunais e igrejas, em busca de informações sobre os paradeiros deles, e descobrindo assim que seus dramas familiares não eram casos isolados. Paralelamente, circulavam testemunhos de sobreviventes dos centros clandestinos de detenção da ditadura de que as mulheres grávidas eram mantidas vivas até darem a luz, quando eram então separadas dos seus bebês. Posteriormente, descobriu-se que esses bebês tinham suas identidades trocadas e eram apropriados por militares ou por pessoas ligadas à repressão e ao regime. As mães de desaparecidos confirmaram assim que eram avós e que deveriam lutar pela aparição com vida de seus filhos e pela recuperação de seus netos. Nasceu então, em 1977, a Associação Civil Avós da Praça de Maio (Asociación Civil Abuelas de Plaza de Mayo).
     As avós criaram estratégias que lhes permitiam averiguar o paradeiro dos bebês apropriados e a posterior recuperação de suas identidades. Os avanços da ciência e da técnica possibilitaram a produção de provas genéticas a partir do sangue de parentes de segundo e terceiro grau, já que os pais biológicos em sua maioria encontravam-se desaparecidos. Com a redemocratização, em 1983, as iniciativas dirigiram-se para a formação de um Banco Nacional de Dados Genéticos, no qual familiares de bebês sequestrados ou nascidos em cativeiro pudessem depositar material genético para futuras averiguações. Até outubro de 2012, foram encontrados 107 netos, que tiveram sua identidade legal recuperada. No entanto, este é um número baixo, levando em consideração que foram cerca de 500 sequestrados.
     Quando em 1997 completaram-se 20 anos do surgimento da Associação, as avós mudaram seus métodos de busca ao constatar que seus netos já haviam crescido, abrindo-se a possibilidade de contar com a ajuda deles para recuperarem suas identidades. Produziram então campanhas de difusão dirigidas a esses jovens: “Se você nasceu entre 1975 e 1980 e tem dúvidas sobre a sua identidade, contate as Avós”. Há na Argentina um claro apoio e admiração social que se torna mais visível quando elas vêm a público anunciar a restituição da identidade de um menor sequestrado ou nascido em cativeiro. 
     Em 30 de dezembro de 1996, as Avós da Praça de Maio realizaram uma denúncia à justiça argentina iniciando a causa judicial pelo plano sistemático do roubo de bebês que, em 5 de julho de 2012, resultou na condenação de um grupo envolvido no desaparecimento e nas adoções ilegais dos recém-nascidos, incluindo militares e médicos.
     A recuperação ou restituição da identidade dos bebês apropriados é uma intervenção legal, carregada de tensões e dilemas éticos e morais. A partir dela, três temas entram em debate: a justiça, por se tratarem de crimes de sequestro e de ocultamento de identidade cometidos por civis e militares; a verdade, reivindicada pelos familiares de desaparecidos; e a memória de jovens adultos, que, a partir de então, precisam conciliar-se com dois passados: uma história familiar inventada e uma história familiar que lhe foi negada. Justiça, verdade e memória afirmam-se, assim, como imperativos para sociedades reelaborarem seus passados ditatoriais, e para que os indivíduos reparem os efeitos destes sobre suas biografias.

Isabel Cristina Leite é tutora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e autora da dissertação Comandos de Libertação Nacional: Oposição armada à ditadura em Minas Gerais (1967-1969)(UFMG, 2009).  
Marcos Oliveira Amorim Tolentino é autor da dissertação O 16 de setembro sob a ótica da DIPBA- Dirección de Inteligencia de la Policía de la Provincia de Buenos Aires (1990-1996) (Unicamp, 2012).

Saiba mais - Bibliografia
BAUER, Caroline Silveira. Brasil e Argentina: ditaduras, desaparecimentos e políticas de memória. Porto Alegre: Medianiz, 2012.
TORRES, Enrique Vila. Mientras duró su ausencia. Madrid: Temas de Hoy, 2012.

Saiba mais - Internet
Associação Civil Avós da Praça de Maio
Associação Nacional de Afetados por Adoções Irregulares

Saiba mais – Filmes/Guerra Civil Espanhola

A Mulher do Anarquista (La Mujer del Anarquista)
Mais de um milhão de pessoas perderam a vida na Guerra Civil Espanhola, dois milhões tornaram-se prisioneiros e meio milhão foram expulsas da Espanha. Durante esses angustiantes anos entre o golpismo de Franco e o fim da 2ª Guerra, passa-se a história de uma jovem e seu eterno amor. O advogado Justo Calderón, brilhante republicano, luta contra Franco tanto nas trincheiras quanto no rádio como a “Voz da Revolução”. Sua elegante e jovem esposa Manuela é mimada, apolítica, mas uma amorosa mãe para a filha Paloma, e muito apaixonada por seu marido. A jovem família sofre os horrores da Guerra Civil, toda a dor da traição, o confinamento, a tortura e as angústias da separação. Quando as tropas de Franco vencem, Manuela perde contato com Justo. Sozinha, sem dinheiro, ela e Paloma lutam para sobreviver. Mas Manuela não perde as esperanças de reencontrar Justo um dia. Na sua incansável busca pelo marido, ela vê uma foto num artigo de uma revista sobre prisioneiros num antigo campo de concentração e se convence que é ali que Justo está. Agora, sua busca tem uma nova.
Direção: Marie Noelle, Peter Sehr
http://ul.to/zhzvdp9eAno: 2009 
Áudio: Espanhol/Legendado
Duração: 118 minutos 

Libertárias (Libertarias)
Em 18 de julho de 1936 o exército espanhol se rebela contra o Governo da República. Seis mulheres de origens e classes sociais diferentes se organizam em um grupo de anarquistas para lutar, de igual para igual com os homens, contra as tropas nacionais. Uma freira que descobre a solidariedade fora da fé, prostitutas, operárias, etc., unidas para defender seus ideais políticos e, ao mesmo tempo, fazer entender a seus companheiros as mudanças ideológicas e sociais pelas quais elas também almejam conquistar.
Direção: Vicente Aranda
Ano: 1996
http://ul.to/wa9psj04Áudio: Espanhol/Legendado
Duração: 121 minutos



Terra e Liberdade (Land and Freedom)
A crise desencadeada pela Primeira Guerra Mundial, aprofundada pela quebra da economia mundial após 1929, afetou praticamente todo o mundo, gerando grande desemprego e pobreza. Na Europa essa situação foi responsável pela "polarização ideológica", ou seja, pelo desenvolvimento das forças populares de esquerda e, ao mesmo tempo, das forças reacionárias fascistas. Na Espanha, essa situação foi responsável pela Guerra Civil, de 1936 a 39, quando um golpe militar, apoiado pelas forças de direita, provocou a divisão do país. O golpe, pretendia eliminar o regime republicano, instituído em 1931, responsável por uma série de reformas que desagradaram os setores mais conservadores do país, uma vez que os interesses de latifundiários e da Igreja Católica foram duramente atingidos. O conflito teve de um lado os republicanos apoiados pelos grupos de esquerda (comunistas e anarquistas) enquanto do outro lado encontravam-se os grupos fascistas e os setores mais conservadores da cidade. Enquanto a Alemanha e Itália ajudaram diretamente os fascistas espanhóis, Inglaterra e França adotaram uma política de neutralidade. A principal ajuda material foi dada pela União Soviética, que enviou armas e assessores, no entanto, o grande destaque do lado republicano, foi a das "Brigadas Internacionais", grupos de voluntários de vários países, que foram combater na Espanha. No inicio de 1937, as Brigadas tiveram papel importante na vitória sobre tropas italianas.
Direção: Ken Loach
http://ul.to/vaahcvsh
Ano: 1995
Áudio: Inglês/Legendado
Duração: 109 minutos 

Saiba mais – Filmes/Ditadura Argentina

A História Oficial (La Historia Oficial) 1985
Na Buenos Aires dos anos 80, Alicia e seu marido Roberto vivem tranquilamente com Gaby, sua filha adotiva. Porém, após o reencontro com uma velha amiga recém-chegada do exílio, Alicia começa a tomar conhecimento da cruel realidade do regime militar argentino, passando a questionar todas as suas certezas e o que considerava como verdade. Uma realidade para a qual Alicia não estava preparada, mas que agora terá de enfrentar com todas as suas consequências.
Este filme marca a tomada coletiva de consciência dos horrores praticados na "guerra suja" pelo regime militar argentino. Alicia (Norma Aleandro) sempre teve curiosidade sobre a identidade dos pais verdadeiros de sua filha adotiva - até que se dá conta de que os pais da menina poderiam ser alguns dos "desaparecidos" da ditadura. Foi um dos mais premiados filmes argentinos.
Em 1986, recebeu o Globo de Ouro e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e também foi indicado para o Oscar de Melhor Roteiro Original. No ano anterior, Norma Aleandro foi premiada como Melhor Atriz no Festival de Cannes.
Direção: Luis Puenzo
http://ul.to/ie2x6v7n
Ano: 1985
Áudio: Espanhol/Legendado
Duração: 110 minutos

Visões (Imagining Argentina)
Em plena ditadura militar na Argentina na década de 70, Carlos Rueda (Antonio Banderas) é um diretor de teatro infantil que tenta levar uma vida tranquila com sua família. Porém sua vida muda radicalmente quando sua esposa, Cecilia (Emma Thompson), que é jornalista, escreve uma matéria sobre o desaparecimento de crianças. Após a publicação da matéria, a própria Cecilia some. É quando Carlos, que parte em seu encalço, descobre que possui um dom para encontrar pessoas desaparecidas, decidindo usá-lo para encontrar sua esposa e também para ajudar outras pessoas que estão em situação semelhante a dele.
Direção: Christopher Hampton
http://ul.to/akrbfj3eAno: 2003
Áudio: Inglês/Espanhol/Legendado
Duração: 107 minutos


O Dia Em Que Eu Não Nasci (2010) (The Day I Was Not Born)
Maria Falkenmayer (Jessica Schwarz) é uma jovem mulher de 30 anos, que vive com o pai, Anton (Michael Gwisdek, de Adeus, Lênin!) na Alemanha. Ela faz uma viagem à América do Sul. Esperando no saguão do aeroporto de Buenos Aires por sua conexão para Santiago do Chile, Maria ouve uma canção de ninar. Para seu espanto, ela, que não fala uma palavra de espanhol, começa a cantarolá-la. Sabe a melodia e a letra, ainda que não entenda o significado das palavras. Desconcertada, não consegue conter o choro. Emocionada ela telefona para o pai, na Alemanha, e fala sobre sua experiência e surpreendentemente ele aparece no seu hotel dois dias depois. Ele revela que ela passou os três primeiros anos da sua vida em Buenos Aires durante a ditadura militar. E os pais que ela sempre pensou serem os seus, na verdade a adotaram. Ela começa a procurar pelos seus pais verdadeiros.
Vencedor do Prêmio da Crítica e do Público no Festival de Montreal e considerado o melhor filme no Festival de Zurich, O Dia em que Eu Não Nasci traz a história de uma mulher em busca de seu verdadeiro passado.
Direção: Florian Micoud Cossen
http://ul.to/aj4yxbds
Ano: 2010
Áudio: Alemão/Espanhol/Legendado
Duração: 95 minutos

Infância clandestina
Argentina, 1979. Da mesma forma que seu pai (César Troncoso), sua mãe (Natalia Oreiro) e seu querido tio Beto (Ernesto Alterio), Juan (Teo Gutiérrez Romero) leva uma vida clandestina. Fora do berço familiar ele é conhecido por um outro nome, Ernesto, e precisa manter as aparências pelo bem da família, que luta contra a ditadura militar que governa o país. Tudo corre bem, até ele se apaixonar por Maria, uma colega de escola. Sonhando com voos mais altos ao seu lado, ele passa por cima das rígidas regras familiares para poder ficar mais tempo com ela.
Direção: Benjamín Avila
http://ul.to/7ccriuu8 Ano: 2011
Áudio: Espanhol/Legendado
Duração: 112 minutos


Saiba mais – Documentários

Do Horror à Memória (2006)
Comentários dos produtores: A ditadura argentina causou a morte de 30 mil pessoas, uma das mais sangrentas da América Latina. A Escola da Marinha (ESMA), um dos principais centros de detenção clandestina do país daquele período, aprisionou, torturou e assassinou 5 mil pessoas. Não é pouco.
Por tudo isso, em 2004, o então presidente Nestor Kirchner, tomou uma das decisões mais simbólicas em relação a este assunto: transformar a ESMA em um museu para a memória. Pode parecer pequeno, mas a decisão trouxe, ainda mais forte, a lembrança na sociedade argentina de que aqueles prédios – em uma movimentada avenida de Buenos Aires - não são simples construções de jardim bem cuidado.
O ato respondeu a uma reivindicação de associações de direitos humanos, movimento com invejável influência na opinião pública hermana. Mesmo ainda não tendo saído do papel de fato, a instalação de um museu por lá agora é um caminho sem volta – é mesmo uma questão de tempo. E tão simbólica é a ESMA que, mesmo sem museu, serviu de palco para Cristina Kirchner reclamar, no último dia 25 de março, por velocidade da justiça no julgamento dos opressores da época – ato que se por um lado é espetáculo, por outro se faz também necessário.
Melhor Vídeo-Documentário acadêmico do Brasil pela 12ª Expocom (2005); Melhor documentário acadêmico da América do Sul pela Expocom – SUR (2006); Melhor Documentário pelo XIV Festival Cine Vídeo de Gramado (2006); Melhor Vídeo Eleito pelo Júri - XIV Festival Cine Vídeo de Gramado (2006); Selecionado para a Mostra Paulista do Audiovisual (2006).
Direção: Alexandre Xavier, Diogo Ruic, Laio Manzano e Marilia Chaves
http://www.youtube.com/watch?v=zRdEfadHng8Ano: 2006
Áudio: Espanhol/Legendado
Duração: 23 minutos

Condor
Condor foi o nome dado à sinistra "Operação Condor", conexão entre as ditaduras do cone sul nos anos 70 entre governos militares sul-americanos e com o apoio da CIA, que culminou com a morte de cerca de 30 mil pessoas nos anos 70. Outros 400 mil foram presos e 4 milhões exilados. Roberto Mader conta essa história através de depoimentos emocionantes e surpreendentes de generais e ativistas políticos, torturadores, vítimas e parentes dos desaparecidos. Condor foi filmado em quatro países e traz um material de arquivo, acompanhado de belas composições de Victor Biglione. Vencedor dos prêmios de Melhor Documentário no Festival do Rio e Prêmio Especial do Júri em Gramado em 2007.
http://www.youtube.com/watch?v=TNTc708xdPADireção: Roberto Mader
Ano: 2007
Áudio: Português
Duração: 110 minutos

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